Educação Clássica Homeschooling

10 PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO CLÁSSICA

10 PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO CLÁSSICA

Muitos nos questionam sobre métodos de ensino, métodos de estudos que usamos, e sempre gostamos de responder que mais que métodos o que nós escolhemos para o nosso homeschooling é uma Filosofia de Educação, a Educação Clássica Católica.

No nosso Instagram, fizemos uma live, que foi uma aula com mais de duas horas de duração, riquíssima e muito didática, com nosso amigo, Prof. Anthony, do Instituto Newman (@institutonewmanbr) onde ele abordou brilhantemente sobre os 10 Princípios da Educação Clássica, e que serviu como base para a série a seguir que explica resumidamente, de forma didática, os 10 Princípios da Educação Clássica.


1º PRINCÍPIO – PIEDADE

O primeiro princípio da educação, A Piedade, abordado pelo Professor Anthony, aponta diretamente nossos filhos para o fim do homem aqui na terra, conhecer, amar e servir a Deus.

A vida cristã reflete o antigo adágio “lex orandi, lex credendi” (a lei da oração é a lei da fé), que demonstra que a oração está ligada umbilicalmente com a fé e com a liturgia. 

Nossa vida é reflexo da forma como rezamos, nossa forma de oração reflete aquilo que cremos e a liturgia do culto que prestamos a Deus.

“Lex orandi lex credendi lex vivendi lex agendi”, a oração é norma da fé e a fé é a norma da vida e da ação.

Na educação é muito importante que os pais, como principais catequistas de seus filhos, apresentem a Piedade Cristã às almas que lhes foram confiadas desde a mais tenra idade.

Ensinar o amor ao Menino Jesus, e à Santíssima Virgem, proporcionar em casa momentos de orações que possam semear uma vida de contemplação nas pequenas almas, e também apresentar aos pequenos uma liturgia onde que possam contemplar a grandeza, a Beleza, a Piedade na Liturgia Católica, do maior culto prestado a Deus, que é o Santo Sacrifício Incruento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Santa Missa.

2º PRINCÍPIO – MARAVILHAMENTO

O termo deste princípio em latim fica “admiratĭo,ōnis”, que traduzido literalmente fica admiração..

Quando conduzimos as crianças para que contemplem um lugar belo, instigando a conhecer algo monumental, é perceptível as reações e as impressões delas quando ficam admiradas, arregalam os olhinhos, abrem a boca, ficam extasiadas…

Essa admiração na criança é essencial para uma abertura para a visão dela em relação ao Cosmos, para uma contemplação de Deus, para uma visão de que o mundo não acaba aqui, é um incentivo a imaginação da criança.

A admiração pode ser exercitada de forma muito prática com as crianças, abaixo alguns exemplos:

1- Fazer uma “fogueira” à noite, juntos, desde preparar a lenha, empilhar, acender o fogo…

Tudo isso gera um contato com muitos elementos naturais. A criança não vai entender tecnicamente a biologia, a química, a física, etc, que estão envolvidas no fogo queimando a lenha, no calor, na luz gerada, mas essa experiência cria o contato com algo natural que vai gerar a admiração na criança, e pode-se enriquecer esse momento contando uma história, lendo um livro, criando boas memórias.

2 – O “circo” é onde vemos pessoas fazendo coisas que não são naturais. No circo há muitas virtudes por trás das apresentações artísticas.

A criança alimenta o seu imaginário, e mesmo que ela não assimile tudo, mas é imensamente rico o fato dela contemplar um espetáculo que vai gerar admiração e estimular o bom trabalho do cérebro. No circo, ou no teatro, a criança cria um enredo para as cenas ao mesmo tempo que os artistas estão apresentando, há muitas coisas que impressionam, até nas coisas que não são faladas e que são somente expressas com o corpo, a mágica, a alegria, o susto, a força, etc…

3 – Outra dica é aproveitar da “astronomia”, olhar e estudar o céu estrelado, as constelações, as fases da lua, contemplar o nascer e o pôr do sol, as diferentes nuvens…

4 – Visitar os campos, as serras, contemplar as paisagens, ouvir os sons da natureza; visitar a praia, contemplar a grandeza do mar; 

Visitar o zoológico para mostrar a diversidade e a beleza de animais…

Enfim, contemplar a ordem, a grandeza e a beleza da Criação.

3º PRINCÍPIO – CORPO SÃO MENTE SÃ

Todos sabemos o quão importante são os exercícios físicos em especial a ginástica no desenvolvimento das crianças. Os bons autores que tratam da educação sempre valorizaram a ginástica e não é por acaso que ela é primordial na educação infantil.

A ginástica aborda os quatro elementos do universo, que são: “a terra, o fogo, a água e o vento”, que ganham significado e funcionalidade ao serem aplicados no dia-a-dia:

  • Terra: estabilidade, força e segurança;
  • Água: adaptabilidade, fluidez e flexibilidade;
  • Fogo: energia, perseverança, coragem e persistência;
  • Vento: maleabilidade, harmonia, mover-se livre.

A ginástica colabora para que a criança adquira um bom domínio do corpo, e é mais que comprovado que as pessoas que conseguem adestrar seu corpo conseguem controlar melhor a mente, elas têm um melhor desenvolvimento intelectual e também melhor domínio de suas vontades.

Muitas crianças que tem problemas de coordenação motora, após a prática da ginástica, naturalmente melhoram nos seus estudos acadêmicos.

Desde os antigos gregos, fica evidente a importância da ginástica (gymnádzein) para as crianças, pois, ela é uma ciência racional de nossos movimentos, de suas relações com nossos sentidos, inteligência, sentimentos e costumes, e o completo desenvolvimento de nossas faculdades. Ela pode ser feita das mais variáveis formas, sempre buscando fins práticos.

4º PRINCÍPIO – MUSICA (9 MUSAS GREGAS) 

  Este princípio introduz a criança na música, na arte, na dança, na literatura, e é baseado nas musas gregas. 

Os autores antigos, assim como o grande Homero, acreditavam que elas governavam as artes e as ciências e eram as fontes de inspirações sobre cada assunto.

Acerca das 9 musas da mitologia grega, vamos deixar abaixo apenas seus nomes e significados: 

  • Calíope: significa “bela voz”. Ela era a musa da poesia épica e da eloquência. 
  • Clio: foi a musa da história. Seu nome vem de uma palavra grega que significa “comemorar”. 
  • Euterpe: era a musa da música e da poesia lírica. Seu nome deriva de duas palavras gregas que significam “agradar bem”. 
  • Melpômene: significa “cantar em um coro” e ela era a musa da tragédia. Seu nome tem origem como a Musa do Coro (na antiga tragédia grega, o Coro era a personagem principal da peça). 
  • Terpsícore: significa “prazer em dançar”. Era a musa da dança. 
  • Érato: significa “adorável”. Era a Musa da Poesia Lírica. 
  • Urânia: significa “celestial”. Era a Musa da Astronomia. 
  • Thalia: era a musa da comédia e da poesia idílica. Seu nome vem de uma palavra que significa “florescente” ou “verdejante”, refletindo sua origem na poesia idílica (que celebra a natureza e a vida rural). 
  • Polímnia: significa “muitos hinos”. Como a Musa da Canção Sagrada (e mais tarde da Retórica). 

Desde sempre a música teve valor ímpar na formação humana.

São incontáveis os estudos que nos comprovam os benefícios da boa música e das artes no desenvolvimento das crianças, o “Efeito Mozart”, de estimulo de músicas para bebês, é um exemplo. 

É importante expor os pequenos à boa literatura, a contação de histórias, de fábulas tradicionais ou de histórias inventadas pelos pais que sabem os temas que as crianças gostam e podem estimular a criatividade delas.

Importantíssimo é o canto na formação infantil, fica mais fácil de aprender a afinação nas cordas vocais (depois de adulto é mais difícil), é bom que a criança antes de aprender um instrumento saiba escutar e identificar o ritmo, os timbres, a melodia, a harmonia, a ter um ouvido apurado. 

Muitos frutos podemos colher com a música e suas derivações na educação das crianças.

Aqui em nossa casa, desde o ventre sempre cantamos lindas canções para os bebês, e todo dia eles têm contato com a boa música.

5° PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO CLÁSSICA – MEMÓRIA

“A repetição é a mãe da memória”.

Grande é a importância de aumentar nossa capacidade de memorização, e o meio mais eficaz é a repetição.

Uma breve analise em qualquer área das artes liberais, nas artes de ofício ou nas artes da guerra, vemos que os melhores mestres e professores, os grandes autores, artistas, músicos, escritores, poetas, soldados, atletas… vemos que o que eles tem em comum para serem tão bons no que fazem, além das virtudes, é o exercício da memorização e a repetição de exercícios para o cérebro.

Para as crianças, tão excelentes ferramentas são a Poesia e a Música para exercitar o cérebro e os sentidos com a repetição. A criança precisa atenção para escutar, ela desenvolve a atenção, ela se esforça para memorizar a Poesia ou a música, para então poder reproduzir o objeto de estudo na escrita, na voz ou no instrumento, e somente após muita repetição é que vem o aperfeiçoamento na prática, e é por isso que este princípio da Memória está tão ligado com o 4° princípio que vimos acerca da Música.

Estudando a Ratio Studiorum, Método Pedagógico dos Jesuítas, vemos o tamanho da importância que eles davam para a memorização, depois das aulas os alunos tinham que ficar vários minutos repetindo o que foi assunto passado na aula, para exercitar o cérebro e memorizar o conteúdo.

A memória precisa ser exercitada na educação das crianças.

Outra potente ferramenta para o exercício da memória é o Xadrez.

Estudos mostram que alunos que jogam xadrez regularmente, aumentam seu desempenho nos estudos.

O Xadrez desenvolve bastante o lado direito do cérebro, que é o lugar onde ficam guardadas as informações, daí o motivo do Xadrez aumentar a capacidade de memorização. 

Certa vez o professor de Karatê-Dô do Igor, Sensei Roberto, perguntou a ele, “sabe a diferença de um karateka faixa branca para um faixa preta?” E respondeu. “É a quantidade de vezes que ele praticou para memorizar e aperfeiçoar os Katas (sequência de movimentos), o faixa branca praticou 100 vezes, o faixa preta já praticou 1.000.000 de vezes”.

“Repetitio mater memoriæ.”


6° PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO CLÁSSICA – “FESTINA LENTE” 

(Augusto, Imperador Romano)

Esse oximoro em sua tradução literal fica “apressa-te devagar”; mas podemos compreender melhor como “devagar e sempre”.

Nada mais sensato. Concordam?

O fazer devagar e bem feito, cabe a tudo o que deve ser feito na vida humana. Tudo nos seus horários e com calma (os mais coléricos cospem fogo ao ler algo assim, mas calma, caríssimos leitores coléricos, explicaremos melhor este ponto e verão que não tem nada que ver com o bicho preguiça que passou em vossos pensamentos).

Para as crianças este princípio é essencial, ainda mais no mundo imediatista e de superficialidades que vivemos, onde que a educação se tornou um mero produto, que para adiantar os resultados o que vale são os macetes.

As crianças precisam de ordem, precisam de disciplina, precisam de uma rotina bem organizada, para todos os âmbitos de suas vidas.

Uma criança que não tem boa vontade fora dos estudos, não terá boa vontade na hora de estudar. Não há milagres.

Na educação o que há é trabalho, é exercício, e não tem outro jeito de reinventar a roda.

Se os pais vivem numa correria só, sem rumo, aparentemente perdidos atropelando tudo, se a criança vai na escola ou faz homeschooling e está imerso nessa correria total, dificilmente ela acaba aprendendo as coisas que deve aprender, vai sempre se sentir apurada, estressada mentalmente, diferentemente se fizer as coisas devagar e com ordem, aí sim há grandes chances dela reter muito mais os conteúdos.

Esse princípio, “devagar e sempre”, também está interligado com um grande ensinamento de Plínio, o Jovem: 

“Multum non multa”, “não muitas coisas (multa), mas muito (multum)”.

Também pode ser melhor entendido como “não fazer tudo ao mesmo tempo”, ou seja, não adianta querer trabalhar diversos conteúdos de uma vez só. Antes vale estudar aos poucos e fazer bem feito, do que estudar muito de uma vez e ficar apenas nas superficialidades.

O que mais vale, fazer muito ou fazer as coisas mais importantes?

Cremos que aqui está um ponto chave do que sempre falamos aos pais que nos procuram, que no Homeschooling o “menos é mais”, o que vale realmente é fazer pouco e bem feito, de passinho em passinho, o que realmente é importante para a formação física, intelectual, moral e espiritual de nossos filhos.

7º PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO CLÁSSICA – ÓCIO 

(O LAZER E O ÓCIO SÃO A BASE DA CULTURA) 

Quando se fala em lazer a maioria das pessoas entendem apenas o lazer como um momento de descanso, de passeio, de ir ao campo, à praia etc… mas não é somente isso que queremos expor aqui.

O lazer é a contemplação. 

Os autores gregos, e também os doutores medievais, entendiam o lazer como a base de toda a cultura. 

Na religião o lazer é a contemplação da natureza criada por Deus. 

Na educação das crianças e dos jovens o lazer é fundamental.

Em todas as épocas comprovou-se que num ambiente que produz muito stress é impossível para a criança aprender algo com profundidade, com contemplação. Por exemplo: numa casa onde os pais vivem em pé de guerra, ou se os pais estão passando por alguma crise, quer emocional, quer financeira, e transmitam às crianças as suas preocupações, ao ponto que as crianças também sintam o stress dos pais, configura um ambiente onde se torna difícil de estudar, de aprender algo. 

O lazer, o ócio produtivo, requer uma certa estabilidade física, emocional, de saúde, para que se consiga ter o mínimo de paz para estudar. É necessária a paz interior para absorver o que se está estudando. 

Em grego, o termo scholé, de onde vem school em inglês, quer dizer que a escola seria um ambiente onde se teria lazer e paz para estudar. Nos dias atuais parece até algo utópico, mas é exatamente essa a ideia que os antigos tinham, um lugar de paz e lazer para a contemplação da verdade. 

Para entender melhor sobre este assunto recomendamos o livro de um grande tomista do Séc. XX, o alemão Josef Pieper, “Leisure – The Basis of Culture”. O Professor Pieper aborda de forma magistral a importância e real sentido do lazer para a criatividade e para o estudo. Ele afirma que nosso mundo moderno de trabalho total tem vencido o lazer, e emite um aviso surpreendente: “a menos que recuperemos a arte do silêncio e da perspicácia, a capacidade de não atividade, a menos que substituamos o verdadeiro lazer por nossas diversões agitadas, destruíremos nossa cultura – e nós mesmos”. 

Nossos lares homeschoolers precisam ser um ambiente de verdadeiro lazer e de contemplação da verdade.

8º PRINCÍPIO – O BOM LIVRO É UM ÓTIMO PROFESSOR

“Optimus magister, bonus liber” 

Trata sobre a leitura de bons livros, a leitura dos livros clássicos.

Esse princípio que os bons livros são os melhores mestres, os melhores professores, é uma grande verdade. 

Sabemos que 99% da vida acadêmica em geral é baseada em leituras.

Quando se trata da formação humana completa, ao olharmos a história dos grandes Santos, vemos que muitos deles se converteram após a leitura de uma grande obra.

Santo Inácio de Loyola, teve uma profunda conversão ao ler as obras católicas da Vida de Cristo e dos Santos, em especial de São Francisco de Assis. Outro grande exemplo é o de Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja, a quem a leitura de “Hortensius” de Cícero reconduziu a Deus.

E assim quantos de nós ao nos depararmos com algum clássico não ficamos impressionados com tamanha grandeza dos conteúdos perenes e universais transmitidos pelo autor, como é o caso da leitura de Aristóteles, na sua obra A Política.

No mundo moderno, infelizmente, cada vez mais os grandes autores são esquecidos nos meios escolares e acadêmicos por diversas razões, ou são reinterpretados à luz do desconstrucionismo histórico, que relativiza toda a moral cristã construtora da civilização ocidental.

Cabe a nós, pais homeschoolers, ter a coragem de subir no ombro dos gigantes, pois é exatamente isso que acontece quando buscamos fundamentar a nossa formação nos chamados Great Books, nos estudos das grandes obras de todos os tempos.

O Estudo dos grandes clássicos contém a beleza e a ordem presentes na natureza e na vida humana e conduz o estudante a contemplar as coisas mais altas. Estudar as grandes obras que produziram grandes líderes nos últimos 3000 anos, com certeza colabora na formação necessária para ter uma mente ampla, ágil e que forma um caráter capaz de navegar pelas intempéries, imprevistos e inevitáveis mudanças do futuro.

Conduzir nossos educandos no estudo e na compreensão das grandes obras, é incentiva-los a, como diz o salmista, “sentar-se no banquete com os sábios”.

9º – PRINCÍPIO – É ENSINANDO QUE SE APRENDE

A ideia do nono princípio da Educação Clássica é “ninguém aprende melhor do que o próprio professor”, baseada na expressão latina “Docendo discimus” – “Ensinando aprendemos”. 

Seria basicamente a ideia de que quando você dá aula de uma coisa você aprende. 

É um princípio muito interessante e que tem muito a ver com os pais homeschoolers.  

Muitos se perguntam como ensinar latim ou música se eu não sei, como vou ensinar a literatura, como ensinar matemática se não sei matemática… o fato é, talvez eu não saiba isso perfeitamente bem, mas se você estudar essa matéria você consegue ensinar o seu filho. 

É óbvio que não estamos falando que vamos conseguir ensinar todas matérias. Não. Essa não é na ideia. 

Mas, a ideia é que os pais podem ensinar algumas matérias, ou simplesmente saber o que tem que ensinar, para então poder contratar algum tutor ou pedir ajuda de um pai, um amigo que faça educação familiar que possa te ajudar em determinada área. 

O pai que acompanha seu filho nos estudos, seja no ensino escolar ou na Educação Domiciliar, o pai aprende. Esta é a importância desse princípio, porque o professor é o que mais aprende. 

Os pais que assumem as rédeas da educação dos filhos, ou os professores que realmente querem ensinar algo aos seus alunos, são os que mais se beneficiarão com o ensino. Por mais que não saiba completamente a matéria, deve-se tentar ensinar, essa é a realidade das famílias homeschoolers, os pais aprendem para ensinar. 

Esse princípio também tem outro fator interessante, por exemplo, uma família que dois filhos com idades próximas, um de 10 anos e o outro de 13 anos, os pais podem pedir para um deles ensinar algum assunto que ele está estudando em determinada matéria, ou ensine para o irmão.

Fazer apresentações, exposições dos assuntos para toda a família. 

Toda criança gosta de ter a atenção dos pais, este momento pode ser de grande utilidade para que a criança tenha um momento que pode parecer uma brincadeira, mas na verdade é muito sério, pois os pais estarão colaborando para a formação da família toda, tanto para a retenção do assunto na memória de seu filho como para ver se vocês pais estão entendendo o que seu filho está explicando, e podem ajuda-lo corrigindo as falhas e ir melhorando cada vez mais suas explicações, e também para que os pais tenham certeza do que aquilo está sendo ensinado o seu filho realmente está aprendendo.  

Os pais são muito beneficiados no homeschooling, porque eles começam a ter acesso e a estudar coisas que nunca imaginariam que um dia fossem estudar, como por exemplo, aqui em casa nunca imaginamos um dia estudar grandes autores com nossos filhos, desde os clássicos gregos, como Ilíada e Odisseia, até os clássicos da Educação, dos Beneditinos – A Regra de São Bento, e dos Jesuítas – a Ratio Studiorum, com nosso filho mais velho.  

É fato que quando você ensina, você se questiona mais, você tem que buscar soluções, mais respostas, você tem que buscar a clareza para a transmissão do conteúdo, ou seja, te força a ser melhor a cada dia.

É ensinando que se aprende!

10º PRINCÍPIO – VIRTUDE, EXCELÊNCIA

Este princípio vem do grego “Aretê” que é a Virtude, a Excelência. 

Hoje, quando se fala em virtude, parece que é algo totalmente desconhecido, porque o “mundo moderno” quer que o homem se afaste das virtudes e se entregue aos vícios. 

Quando falamos de Aretê, de Excelência, tem fundamental importância, porque é algo que nos convida a se afastar dos vícios, a se afastar do lado negativo que é contrário às virtudes, por exemplo, quando se fala de castidade existe a luxúria, quando se fala de temperança existe a gula, quando se fala em coragem existe a covardia, é importante que a criança seja criada na virtude. 

Aqui um ponto muito interessante, porque muitos acham que com a leitura de um livro a criança já vai entender as virtudes e já vai exercitar logo em seguida, e não é assim. 

A virtude começa a se pôr em prática depois de uma certa idade, quando a criança começa a ter consciência, talvez não plena, mas a partir da obediência quando a mãe chama para acordar, para escovar os dentes, se alimentar, tomar banho, ir dormir… através de ações em que as crianças exercitam a humildade e a obediência aos pais.

Essas ações farão diferença quando elas forem participar de alguma atividade que exige compromisso, dedicação, esforço. Por exemplo, uma aula de música ou algum esporte, onde a criança vai ter que superar alguns desafios, até mesmo contra sua vontade, vai ter que se superar, vai exigir esforço da criança, e isso é bom para incutir a virtude nos atos.

Vale ressaltar que cabe aos pais serem exemplos de virtudes, porque ninguém pode ensinar aquilo que não tem. 

O mal exemplo dos pais é uma afronta contra sua autoridade, por isso, que esse princípio é muito importante tanto para os educadores quanto também aos educandos. 

A virtude é uma disposição constante da alma a fazer o bem. As virtudes morais aumentam-se repetindo-se atos bons, enfraquecem-se e perdem-se diminuindo-se os mesmos e fazendo atos maus. 

O vício é o hábito de fazer o mal adquirido. Repetindo tais atos maus, degenera-se no vício e, talvez, até mesmo no delito. 

Sem uma vida que busca crescer nas virtudes, dificilmente teremos bons êxitos na formação de nossos filhos.

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