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OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

Eleve o seu educando para o céu

Educar tem um sentido etimológico que é elevar, conduzir a outro patamar, que é próprio do francês ‘élever‘ (elevar).

Esse sentido vem precisamente desde Esparta (aprox. 600 a.C.), muito antes da civilização cristã ter alcançado a altura que chegou no Ocidente.

Os filhos eram apresentados aos pés de seus pais, e se fossem aceitos, eram erguidos, elevados até à altura de seu pai, e isso simbolizava a aceitação do desafio de educá-lo, de elevá-lo. Quando o pai não elevava a criança, ela era desprezada, abandonada, sendo uma ‘idiota’, sendo aquela que não serve para a sociedade.

Hoje, mais do que nunca, somos convocados a elevar nossos filhos, pois tempos fáceis geram homens fracos, homens fracos geram tempos difíceis, tempos difíceis geram homens fortes (e que tempos difíceis estamos hein?).

Os ‘iluminados’ do século XVIII nomearam o grandioso período da Idade Média como idade das Trevas. Hoje podemos nos perguntar, se aquela época de tanta elevação humana e intelectual, que jamais foi atingida anteriormente, foi uma idade de Trevas, qual a melhor definição poderíamos dar para os tempos atuais? Trevas é pouco, não é?

Uma das missões que nos foi confiada para com a educação de nossos filhos, é para conduzi-los na vida da Graça, buscar constantemente se manter na graça de Deus.

Diariamente enfrentamos uma avalanche de “trevas”, onde somos engolidos por tanta escuridão gerada pela Revolução anticristã destes últimos séculos.

– Como lutar?

– O que fazer para salvaguardar nossos filhos?

Pois bem, está aí a grande chance de formarmos homens fortes, para que lutem e avancem contra essa avalanche, pois a Graça da Redenção de Nosso Senhor, o conhecimento da Revelação, da Verdade, nos eleva acima de toda a podridão, para que não fiquemos com os olhos fechados pelas escamas, obscurecidos pela fumaça revolucionária que quer desligar o homem de sua natureza humana e de seu fim, que é a eternidade. Com a graça de Deus, qualquer ato em prol da Verdade, de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos eleva, nos faz enxergar além do sofrimento, além das dores, além das trevas, nos faz enxergar que nosso fim não é aqui, mas sim, na eternidade.

EDUCAÇÃO RELIGIOSA ou sobrenatural

Por que vocês valorizam a educação religiosa?

Porque nosso fim último é sobrenatural, é eterno.

Porque Deus é o fim último, absoluto, da vida e da educação, pois, para Si Deus fez todas as coisas.

A Educação Religiosa é a que nos liga com nossa finalidade, ela dá os princípios, dá ordem aos meios, e nos conduz para os fins da educação e da vida humana.

Infelizmente, desde o Séc. XIV, principalmente na época da perseguição a Santo Tomás e sua doutrina, houve a substituição do fim da Educação. O homem acabou deixando de lado a busca da Sabedoria, iluminada pela Teologia da Revelação, para buscar somente a Técnica.

Esse desvio drástico veio trazendo consigo toda a civilização como que por um desfiladeiro.

A primeira consequência dessa troca é a “renúncia do Homem à sua natureza”.

A realidade humana, devido a mancha do pecado original, e a ignorância que o seguirá até o seu último dia, é uma realidade de complexidades, é uma realidade de queda e reparação, e ao deixar de lado a visão da Graça sobrenatural, os homens acabam indo contra a sua própria natureza, pois vive ao mesmo tempo a vida natural e sobrenatural, é um ser de corpo e alma, e é a alma que dá vida ao corpo, e é necessário cuidar, zelar pela saúde da alma, pois a saúde espiritual é mais valiosa que a saúde física, ela está ligada à eternidade.

As consequências que se dão a partir dessa primeira renúncia são as mais diversas, a que mais se demonstra é o afastamento do homem das leis divinas e também das leis naturais. 

O homem sem a Graça de Deus utiliza de sua inteligência para diversos fins, e muitos, infelizmente, para desconstruir todos os valores da civilização cristã.

É fato que ter apenas uma excelente instrução técnica, não é sinônimo de educação verdadeira.

Há sábios que não são santos, mas não há nenhum santo que não seja sábio.

A educação religiosa deve ter a primazia na formação humana, os santos são a prova disso, como bem nos ensinou o Papa Pio XI (DIM-1929), “os santos são os melhores exemplos de cidadãos”, porque elevaram ao cume a vida em sociedade, porque viveram a Pedagogia do Evangelho, eis os caminhos e exemplos de como ser reflexo do Divino Mestre aqui na terra.

De fato, educar é preparar para a vida, não para uma vida futurível que existiria num qualquer estado hipotético da Providência, mas para a vida que o educando deve viver. Ora, ensinam os teólogos que de tal maneira o pecado original (viva e triste realidade) roubou à natureza humana sua integridade que, embora intrinsecamente ela não se tenha corrompido, todavia se achou tão vulnerada, que sem o auxílio sobrenatural não poderá o homem observar honestamente por muito tempo nem sequer a própria lei natural inteira.

S.S. Pio XI, em sua Enc Divini Illius Magistri, nos ensina: “O verdadeiro cristão, em vez de renunciar às obras da vida terrena ou diminuir as suas faculdades naturais, antes as desenvolve e aperfeiçoa, coordenando-as com a vida sobrenatural, de modo a enobrecer a mesma vida natural, e a procurar-lhe utilidade mais eficaz, não só de ordem espiritual e eterna, mas também material e temporal”.

EDUCAÇÃO INTELECTUAL – Formação do espírito

O Catecismo da Educação, do Abade René Bethleém, nos mostra que primeiro devemos responder a fundamental questão: – O que se entende por educação intelectual?

E como resposta: – A educação intelectual é a formação do espírito.

O Abade também nos ensina que: podemos considerar um espírito bem formado quando tenha adquirido uma cultura geral equilibrada e quando, por meio desta instrução, se torne justo, rigoroso, penetrante, capaz de observar, de refletir, de julgar e de raciocinar com justeza e, sendo preciso, saiba inventar.

Para se alcançar essa formação da educação intelectual temos duas condições: as físicas e as morais.

“Nada há na inteligência que não tenha passado primeiramente pelos sentidos.” 

Axioma filosófico

É preciso dar os meios para que a criança cresça num ambiente que seja favorável ao seu desenvolvimento intectual, que tenda ao Bom, ao Belo e ao Verdadeiro, pois o espírito vive de verdade e os erros, o mau, horrendo e o falso deforma-o.

Por isso, além de todas as condições possíveis para a formação dos sentidos, precisamos dar também as condições morais para a formação intelectual.

A aquisição dos conhecimentos; o desenvolvimento do espírito; a formação do juízo; a educação do espírito de invenção; a cultura do gosto.

Caríssimos amigos, o saudoso Mons. Antônio Siqueira, nos ensina que devemos valorizar a educação intelectual porque o “dom perfeito” da razão é recebido do “Pai das luzes” e é amparada com confortos sobrenaturais trazidos pelo próprio Verbo de Deus “lux vera quæ illuminat omnem hominem venientem in hunc mundum”. 

O Catolicismo, como regra de ouro, nos ensina que o ideal de verdadeira vida intelectual é o próprio Deus e sua Inteligência que se apascenta da Eterna Verdade.

Se um pagão, Aristóteles, ensinava que a felicidade suprema da inteligência é a contemplação de Deus e das coisas divinas, que se dirá do Catolicismo que oferece à inteligência Deus como objeto quase sem véus, na luz ofuscante da Revelação sobrenatural?

Valorizemos a verdadeira educação intelectual, aquela que encontra consolo no Santíssimo Verbo Encarnado, que é a luz, o caminho, a verdade e a vida.

EDUCAÇÃO MORAL

Vemos o quanto o mundo moderno se afastou das Leis divinas e das Leis naturais, simplesmente pelo desprezo que há em grande parte da sociedade pela educação moral.

Com o advento do relativismo, com o afastamento da religião da educação, vimos que perdeu-se o senso natural de bem e mal, de belo e feio, de verdadeiro e falso, não fica claro hoje em dia o que de fato é moral.

Um grande exemplo, infelizmente, é que temos grandes nações onde o voto da maioria no Congresso pode decidir se um ser humano pode ou não viver dentro do ventre de sua mãe, ter o direito à vida. A moral é relativa à maioria dos votos, e não mais à Lei Natural, à Criação Divina.

Outro exemplo, é quando falamos em Leis, com o mundo aparentemente dividido entre esquerda e direita, muitos sentem ânsias só de ouvir falar em Leis, porque atualmente subverteram muito os papéis das autoridades e dos poderes na sociedade impondo falsas leis. Com isso, ofusca os olhos de muitos para compreender que as Leis criadas por Deus, para nos dar limites, com a finalidade de nos afastar dos pecados e merecermos a bem-aventurança eterna, foi um dos maiores atos de amor e misericórdia que o Criador fez para conosco, sabendo das limitações naturais que o pecado original causou na natureza humana, a perda da integridade de sua alma e a ignorância que acompanhará o ser humano até o último dia de suas vidas, sozinhos não encontraríamos os limites.

O Catecismo da Educação nos ensina que, a Educação Moral é a arte de formar o coração e lhe dar o amor do belo e do bem; de formar a vontade e de a fortalecer por hábitos; de destruir as más inclinações e os defeitos.

As condições são múltiplas, as que referem-se aos meios que é ministrada resumem-se no bom exemplo e a vigilância.

Outras que regulam as relações entre educador e educando, dum lado é a autoridade e do outro o respeito.

Devemos formar o ser humano completo, eis o maior dos empregos dos educadores.

A educação moral começa desde o ventre na profunda relação entre as almas do bebê e da mãe, e continua para o resto da vida, assim como diz o antigo provérbio “o que o berço dá a tumba leva”.

EDUCAÇÃO FÍSICA – Mente sã num corpo são

Precisamos adestrar nosso corpo.

Precisamos ter uma “mente sã em corpo são”, assim como diz a famosa frase que vem da antiguidade. Na educação da juventude faz muita diferença.

Mons. Tihamer Toth, em seu maravilhoso livro “A Boa Educação”, nos mostra que: “essa frase nos ensina que não somente o corpo são e bem adestrado é um precioso auxiliar que nos ajuda a bem cumprir nossa missão neste mundo, mas também a alma se dispõe com maior facilidade a aprimorar o caráter e a permanecer firme num corpo bem aguerrido, bem exercitado, bem destro, do que num corpo sedentário, mole e preguiçoso. Fazer exercícios de ginástica e trabalho físico todos os dias, mormente nos anos de adolescência, a partir dos 13 ou 14 anos, é um bom meio para assegurar a pureza. O jovem que todos os dias procura ‘cansar’ não somente o espírito, mas também o corpo, estará muito menos exposto às tentações do que o rapaz ocioso e indolente. Um corpo mimado, adulado e farto de gulodices embriaga-se com a sua importância: nada mais natural. Ele quer ser o senhor, quer reinar, tornar-se exigente e passa a descarregar a artilharia das tentações sensuais contra a pobre alma. O corpo é um inimigo em nossa própria casa: sempre pronto ao mal e cheio de displicência pelo bem.”

O ar puro, a boa alimentação, a boa higiene, somados aos bons exercícios, bons esportes, ajuda o homem a melhor resistir à fome, à sede e à fadiga.

O corpo é o pior dos nossos inimigos, lutaremos até os últimos dias contra o demônio, contra o mundo e contra a carne (o nosso homem velho).

Uma só queda moral séria, por exemplo, um só pecado de impureza, pode arruinar de tal modo a saúde, que a penitência de toda a vida não pode mais restabelecê-la.

Adestre seu corpo, busque e visite lugares que lhes proporcione o contato com as belezas naturais, onde nossos pensamentos possam voar com maior ardor e com mais vivacidade para Deus. Na natureza, em toda parte encontramos os vestígios de Deus, inalterados em toda a sua beleza. Devemos nos lembrar de sempre educar e fortalecer nossos filhos para que tenham uma “mente sã em corpo são”.

“MENS SANA IN CORPORE SANO”

A famosa citação “mens sana in corpore sano” faz parte da Sátira X do poeta Romano Juvenal. A curiosidade é que a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida. Conheça a citação de Romano Juvenal: 

“Orandum est ut sit mens sana in corpore sano. fortem posce animum mortis terrore carentem, qui spatium uitae extremum inter munera ponat naturae, qui ferre queat quoscumque labores, nesciat irasci, cupiat nihil et potiores Herculis aerumnas credat saeuosque labores et uenere et cenis et pluma Sardanapalli. monstro quod ipse tibi possis dare; semita certe tranquillae per uirtutem patet unica uitae.” 

“Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são. Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza, que suporte qualquer tipo de labores, desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental. Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.”

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